Levando-se em consideração a situação econômica e social no passado, a vida dos nossos antepassados não se rodeava das facilidades que se dispõe hoje em dia. O povo enfrentava sérias dificuldades e as famílias tinham que trabalhar bastante para conseguir o seu sustento. A agricultura familiar, até então, intitulada de “roça” e a pesca artesanal eram as principais fontes de sustento e subsistência. Não haviam empregos e tudo girava em torno do que era produzido pelas próprias famílias.
A alimentação do povo era quase que exclusivamente do peixe e siri da lagoa do Mirim e de carne seca (charque) que os comerciantes adquiriam do Rio Grande do Sul e mais adiante de charqueadas que foram instaladas em nosso estado, especialmente em Lauro Muller e Orleans. As pessoas passavam por grande dificuldade no sustento dos seus familiares. Nem todos tinham acesso a outros tipos de alimento que não fossem adquiridos através de sua labuta.
Formavam como que uma sociedade e faziam entre si troca de alimento e se uniam na pesca formando, que seria hoje, um grupo pesqueiro: AS EMENDAS. Grupos de Pescadores que se uniam para pescar em conjunto. Alguns pescadores dispunham de canoa, rede e tarrafa, pois nem todos tinham condições de adquirir seu material pesqueiro. Era uma organização que obedecia ao comando de um desses pescadores. Escolhiam quase sempre o mais velho, mais experiente. Era chamado de “CAPATAZ”.
Formavam como que uma sociedade e faziam entre si troca de alimento e se uniam na pesca formando, que seria hoje, um grupo pesqueiro: AS EMENDAS. Grupos de Pescadores que se uniam para pescar em conjunto. Alguns pescadores dispunham de canoa, rede e tarrafa, pois nem todos tinham condições de adquirir seu material pesqueiro. Era uma organização que obedecia ao comando de um desses pescadores. Escolhiam quase sempre o mais velho, mais experiente. Era chamado de “CAPATAZ”.
A sociedade se organizava da seguinte maneira:
Marcavam o dia para a pesca. Na véspera iam embarcar as redes, isto é, colocá-las nas canoas umas ligadas às outras por meio de fios, operação essa chamada de “prefiar as redes”. No dia seguinte, pela manhã (madrugada), saiam sob o comando do capataz a procura de peixe.
Quando notavam um cardume, duas das canoas iam soltando as redes para fechar o lanço e as demais faziam o cerco e batiam na água com seus remos para que o peixe seguisse em direção ao círculo que estava sendo fechado. Com o peixe cercado pelas redes começavam a “tarrafar” dentro do lanço.
Quando notavam um cardume, duas das canoas iam soltando as redes para fechar o lanço e as demais faziam o cerco e batiam na água com seus remos para que o peixe seguisse em direção ao círculo que estava sendo fechado. Com o peixe cercado pelas redes começavam a “tarrafar” dentro do lanço.
Terminado a pescaria do dia, retornavam para os ranchos das canoas, onde eram repartidos os peixes em quinhão de acordo com as redes e tarrafas de cada um. Nessa época não existia previdência social e as viúvas e órfãos pobres necessitavam de auxílio para a sua subsistência. Ao repartir o pescado deixavam um quinhão destinado a essas pessoas. Era uma prova de sentimento humanitário desses pescadores.
Algumas Emendas do Mirim separavam um quinhão para a Padroeira do lugar, chamado de quinhão da “Santa” (Sant’Ana). Esse quinhão era vendido e destinado para auxiliar na festa da Padroeira.
Essa organização “As Emendas”, verdadeiramente, merece um estudo sobre o papel que representavam e da função social que desempenhavam na vida comunitária do passado.
Essa organização “As Emendas”, verdadeiramente, merece um estudo sobre o papel que representavam e da função social que desempenhavam na vida comunitária do passado.
Em época de mau tempo, vento sul e chuva, a vida das pessoas tornava-se mais difícil, pois não podiam ir ao mar e eram forçados a recorrer à compra de charques nas vendas, o que acarretava sérios problemas à população pobre.
Cada Emenda era conhecida pelo Porto em que estava localizado o seu Rancho das Canoas chamado Porto da Emenda ou pelo nome do Capataz, conforme a relação abaixo:
- Emenda do Morro ou do Isaac – Isaac Teixeira de Carvalho;
- Emenda do Campo ou do João Roberto – João Roberto de Carvalho, posteriormente do Chico Torquato – Francisco Torquato Duarte e de seu filho João Honorato de Carvalho;
- Emenda do Roberto – Roberto Teonesto de Carvalho;
- Emenda do Mané Antônio – Manoel Antônio Fernandes;
- Emenda do Mané Francisco – Manoel Francisco de Carvalho.
Izaac Teixeira de Carvalho |
João Roberto de Carvalho |
Os que faziam parte das emendas não eram exclusivamente pescadores, eram pequenos agricultores que pescavam para ajudar no sustento da família. Alguns vendiam parte da pesca, nos dias em que a pescaria era abundante, servindo assim a população e conseguindo meios para adquirir outros artigos necessários tais como sal, querosene, etc.
As pessoas que não pescavam iam esperar a chegada das emendas para comprar peixe, e nos dias que a pesca era fraca, tornava-se difícil a compra, pois os pescadores levavam quase todo o peixe para casa. Nesse caso, conseguia comprar peixe, algum amigo que fez favor ao pescador.
Os peixes capturados eram geralmente tainha, borriquetes, sardinhas, acarás, corvinas, bagre. O preço do pescado era feito conforme a pescaria, pois quando a pescaria era abundante o preço baixava, porém, quando a pescaria era fraca o preço tornava-se muito alto. As vendas não eram efetuadas a peso, mas sim por unidade.
O modo de vida da população, especialmente a classe mais pobre, em especial os que habitavam a região do Mirim, muitos até vindo do interior, se limitava ao extrativismo e a pesca. Por isso, a condição econômica da região era bastante precária, limitando o poder aquisitivo das famílias.
Na sua condição plena de navegabilidade, a lagoa Mirim, praticamente distante da sua condição do passado, favorece a prática de esportes náuticos em grande escala, servindo de palco para grandes desportistas, constituindo-se também num manancial turístico de grande importância para o município. A Lagoa do mirim estende-se por uma área de 63,77m². Os rios que desembocam na lagoa são: Rio D’una e Mané-Chico.
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