sábado, 28 de abril de 2018

Parabéns Mirim - 162 anos



Um salve para o Distrito de Mirim que hoje, 28 de abril, comemora seus 162 anos de história.

O blog vai contar um pouco da história deste lugar tão especial para os mirinenses. Vamos desvendar as memórias e tradição deste pedacinho de lugar.

Os fatos abaixo foram extraídos do livro: 
                Imbituba História e Desenvolvimento
     Autor: Manoel de Oliveira Martins
                Escritor, jornalista, e radialista.

SANT’ANA DO MIRIM

Já dissemos que a colonização de Sant’Ana do Mirim ocorreu paralelamente à povoação de Vila Nova, recebendo primeiro, a colonização vicentista e posteriormente, os açorianos. Acreditamos que a piscosidade da Lagoa de Sant’Ana do Mirim foi uma das causas da rápida povoação do lugar.

O Distrito de Mirim está localizado em plena BR-101, às margens da grande Lagoa do mesmo nome. A praça assinala o autêntico estilo colonial. Casas bem alinhadas, circundando a praça. Nesta, frondosa figueira e um monumento em homenagem ao imigrante.

Um majestoso templo guarda, em sua arquitetura colonial, uma lembrança dos antepassados mirinenses que tanto lutaram pelo desenvolvimento da região.

Em Mirim, está instalado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com quase mil associados. A criação da entidade foi uma das tantas lutas do vereador Jair Cardoso, expoente político da região, desde longos anos. A criação da Escola Básica, instalação de energia elétrica, em 1958, construção do Posto de Saúde, instalação do posto dos Correios e Telégrafos, Posto Telefônico, representam o dinamismo, espírito de luta e o prestígio do vereador Jair Cardoso, autêntico batalhador pelas nobres causas de sua terra.

Da mesma forma que Vila Nova, em Mirim impera a tradição da Festa do Divino Espírito Santo, com as mesmas atrações. Celebram também as solenidades de Corpo de Deus e Senhora Sant’Ana – sua excelsa padroeira.



FATOS HISTÓRICOS E PITORESCOS DE MIRIM

Segundo os arquivos dos irmãos Jairo e Jair Cardoso, filhos de tradicional família mirinense e estudiosos do assunto, Mirim teve em Elias de Morais e Francisco Inácio Rachadel, além de outros, dois elementos de valor na fundação da freguesia de Mirim. Mais tarde, surgiram novas figuras que também se destacaram na vida da freguesia, e que se constituíram em políticos de grande prestígio. Dentre outros, Coronel Clemente José da Silva Pacheco, o expoente máximo da política mirinense, Bernardo José de Souza Guimarães, principal rival do Coronel Clemente José da Silva Pacheco. Coronel Clemente defendia galhardamente o Partido Liberal, enquanto Bernardo Guimarães era autêntico adepto do Partido Conservador, Joaquim Maria Soares e Antônio Martins, este avô de Ney Jesuíno da Rosa, filho de Mirim, ex-Prefeito de Criciúma e ex-Secretário da Indústria e Comércio de Santa Catarina, e  o ex-Deputado Sebastião Neto Campos.

Para testemunharmos a acirrada luta que havia entre os “liberais” e os “conservadores”, vamos à narrativa de um fato pitoresco:

Leopoldo Guimarães, conservador autêntico, um dia estava na pracinha de Mirim, quando alguém sussurrou ao pé do ouvido: “te escapa que a turma do Coronel Clemente vem te pegar”. Leopoldo não contou tempo. Armou-se com uma garrucha, na base da pólvora, correu para casa, (demolida há poucos meses e ficava próximo à residência do Sr. Laudelino de Oliveira) subiu ao sótão e ficou aguardando a chegada dos homens do Coronel Clemente. Poucos minutos se passaram, quando Leopoldo viu os seus adversários entrarem numa pequena casa comercial que ficava quase em frente à sua residência. Furtivamente, desceu as escadas, saiu pela porta dos fundos e correu para o porto, na Lagoa do Mirim. Lá chegando, avistou um homem de cor, ordenando-lhe: “Vamos dar o fora. Rema com força para fora”.  – “Não posso sinhô, to esperando meu patrão que foi fazer compras”. Leopoldo puxou sua garrucha: “Ou rema já ou morre”.
O preto velho, mais que depressa embarcou e começou a remar, suando por todos os poros. Leopoldo tomou a direção do Rio D’uma, escondendo-se em casa de amigos por muito tempo.

Nem todos sabem que Mirim, nos primórdios de sua colonização possuía duas empresas: “Guimarães e Filhos” e “Clemente Pacheco”, as quais mantinham linhas de barcos, de Mirim ao Rio de Janeiro. Exportavam os produtos da região e traziam mercadorias para abastecerem o comércio de Mirim, Vila Nova e Imbituba.


ESCOLA, ESPORTE E RELIGIÃO

A primeira escola de Mirim foi fundada em 1785. Hoje, Mirim dispõe de uma escola Básica, que leva o nome do Professor Marcílio Dias San Thiago, funcionando em prédio próprio, inaugurado pelo governador Ivo Silveira.

O primeiro quadro de futebol fundado na localidade, foi o Mirim Futebol Clube. Em 1925, reuniram-se Jovino Martins, José da Silva, Divo Pereira Martins e Antônio Teixeira Dias com a finalidade de fundarem uma equipe de futebol. Depois de troca de ideias, resolveram que o time chamar-se-ia Mirim Futebol Clube. Com o tempo, o Mirim F. C. desapareceu, mas vieram outros: Cruzeiro Futebol Clube, Vanguarda Futebol Clube, Esporte Clube Brasil e, finalmente, o União Futebol Clube, fundado pelo vereador Jair Cardoso, que cedeu o próprio terreno para a construção do campo, em 1949. O União se constituiu sempre numa poderosa força no futebol amador do município. Bons jogadores envergaram a camisa colorada: Jair, Chapica, Tesoura, Pedro Paulo, Alcy, Nengui, Edevarde, Paulo Roberto e outros. O União possui agora novo estádio, inaugurado em 1974, quando jogou amistosamente com o Figueirense da Capital.

Poucos sabem que Mirim já possuiu uma boa equipe de basquetebol feminino. Foi fundada por Ruth Martins, filha do Coronel José Fernandes Martins, que na época possuía uma fecularia em Mirim. O Coronel José Fernandes Martins foi, inclusive, Prefeito Municipal de Laguna. A quadra estava situada num pequeno gramado, próximo à Igreja.

A religião marcou época na história do município, como até hoje se destaca pelas tradições de suas festas.
A Paróquia de Mirim foi criada no ano de 1856, sendo seu primeiro Vigário, o Padre Amândio Antônio Marques, no período de 17 de novembro de 1855 a 03 de setembro de 1856.
O altar-mor da Igreja de Sant’Ana do Mirim é uma obra de arte colonial. Foi construído em Braço do Norte, em 1918, sendo vigário, o Cônego César Rossi.
Até 15 de novembro de 1956, a sede do município de Imbituba pertencia à Paróquia de Mirim, cujo vigário era o Padre Paulo Hobold. O Padre Dr. Itamar Luiz da Costa, quando veio de Imaruí para Imbituba, em 1956, ocupou o cargo de Vigário de Mirim.

A vida religiosa de Mirim e Vila Nova constitui-se, na época de sua colonização, num ponto de destaque no sul do estado. Suas festividades tradicionais atraiam fiéis de toda a região sul.

Pela Paróquia de Mirim, criada em 1856, passaram os seguintes vigários, pela ordem cronológica:

Padre Joaquim José dos Santos, de 1º de abril de 1855 a 28 de agosto de 1855.
Padre Amândio de Jesus Soares, de 28 de dezembro de 1856 a 1º de novembro 1858.
Padre Francisco de A. Gomes, de 07 de janeiro de 1866 a 28 de janeiro de 1867.
Padre Pedro Gonçalves Teixeira Lopes, de 15 de março de 1868 a 18 de agosto de 1898. Este era natural de Vila Nova.
Padre Francisco Bertero, de 03 de fevereiro de 1904 a 19 de agosto de 1909.
Padre Inácio de tal, Padre Ludovico Cócolo, Padre e Doutor Jacob Hudleston Slater, Padre Guilherme da Silva, Padre João Antônio Fidalgo, jornalista e poeta, por vocação.
Cônego César Rossi, natural da Itália. Nasceu em 09 de janeiro de 1879. Ordenou-se sacerdote em Roma, em 19 de dezembro de 1903. Veio para o Brasil, onde chegou a Florianópolis em 1908. Foi vigário de Mirim, Vila Nova e Garopaba, de 1918 a 1945. Faleceu em Laguna, em 11 de março de 1953.
Padre Carlos Emendoerffer, Padre Ludgero Locks, Padre Paulo Hobold.
Padre Itamar Luiz da Costa, falecido em 03 de abril de 1970, às 8h30min, na sacristia da Matriz de imbituba, vítima de infarto do miocárdio.
Padre Wendelino Schlickmann.

Mirim teve o privilégio de receber a visita do primeiro Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, no ano de 1895. O Bispado de Curitiba jurisdicionava todo o Estado de Santa Catarina. O povo de Mirim e Vila Nova recebeu Dom José de Camargo, com grande festa.


CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE MIRIM

A freguesia de Mirim foi criada em 28 de abril de 1856, pela Resolução Nº 413 e que transcrevemos na íntegra:
                                                                                 
              “Província de Santa Catarina
               Resolução Nº 431, de 28/04/1856
               João José Coutinho, Presidente da Província de Santa Catarina.

              Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial decretou e eu sanciono a resolução seguinte:

          Art. 1º - No districto da Freguezia do Merim, denominado Vila Nova, fica creada uma freguezia com a invocação de Santa Anna.

             Art 2º - A nova freguezia terá por divisas, ao sul as mesmas que dividirão a de Santo Antônio da Laguna com a do Merim e pelo norte, a extrema do sul do sítio do Capitão José Silveira Borges, começando na praia do Mar Manso e seguindo por aquela extrema acima até a vertente do Morro de Vila Nova, continuando ao norte pela mesma vertente e a das ribanceiras até a Lagoa de Biraquera indo pela margem de leste d”esta Lagoa até intestar com o limite sul da Freguezia de São Joaquim de Garopaba, ficando pertencendo à referida freguezia de Vila Nova todos os moradores que morão a leste da lagoa e vertentes acima mencionadas, bem como os moradores ao sul da fazenda, que pertenceu ao dito finado Capitão Borges.

            Art 3º - Ficão revogadas as disposições em contrário. Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida resolução pertencer, que a cumprão e facão cumprir tão inteiramente como nela se contem.

           O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Governo da Província de Santa Catarina aos vinte e oito dias do mez de Abril de mil oitocentos e cincoenta e seis, trigéssimo quinto da independência e o Império.

                                      Ass. João José Coutinho

          Nesta Secretaria do Governo da Província de Santa Catharina, foi sellada e publicada a presente resolução aos 28 dias do mez de abril de 1856.

                                      Ass. Manoel da Costa Pereira

         Registrada a fls. 147 v. do livro 4º de Leis Provinciais. Secretaria do Governo de Santa Catharina, 28 de Abril de 1856.

                                      Ass. José Caetano Cardoso”.

           Observamos que a cópia foi extraída com a mesma ortografia da época.


O Distrito de Mirim, desde sua colonização teve sempre acentuada vivencia política. No passado, Coronel Clemente José da Silva Pacheco e Bernardo José de Souza Guimarães. Posteriormente, outros nomes se destacaram. Nery Jesuíno da Rosa, foi um dos melhores prefeitos que Criciúma teve. César Nascimento, Deputado Federal. Em 1945 surgiu um novo político no Distrito e que, desde aquela data, vem trabalhando arduamente pelo progresso da sua comuna. Chama-se Jair Cardoso, filho de Manoel Felipe Cardoso, um dos próceres influentes no desenvolvimento da antiga Freguesia de Santa Anna.

Jair Cardoso elegeu-se vereador em 1955, quando Imbituba era distrito de Laguna. Reeleito em 1958, no ano da emancipação do município. Reelegeu-se em 1962, testemunhando o seu prestígio junto ao povo da região, desde Mirim até Araçatuba. Foi um dos fundadores do Sindicato Rural de Imbituba, tomando todas as iniciativas necessárias para a fundação da entidade que muito veio beneficiar os trabalhadores rurais do município.

Após um período de descanso de 1967 a 1972, deixando de candidatar-se por se sentir atarefado com problemas particulares, voltou a concorrer, no pleito de 15 de novembro de 1972, elegendo-se com boa margem de sufrágios.


Fotos atual do Mirim
















segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A comunidade do Mirim está em festa

Devotos se reuniram na noite de sábado (4) na casa do casal Enio e Izeni de Oliveira, para a abertura da Festa do Divino Espírito Santo e Sant'Ana, no Mirim. Em procissão com a Bandeira do Divino, Corte Imperial, Cantoria do Divino e a Imagem de Sant'Ana, os devotos seguiram até a Igreja Sant'Ana, onde foi celebrada Missa, pelo Padre Bantu Mendonça K. Sayla. 
O tema da festa este ano é "Colcha de Retalhos". O texto abaixo foi lido pela comentarista Maria de Loudes Machado, no inicio da missa.


COLCHA DE RETALHOS

Todos os anos, na abertura de sua festa religiosa, a Comunidade do Mirim faz memória e valoriza algum aspecto de sua Cultura de Base Açoriana. Este ano, queremos relembrar a Colcha de Retalhos.

Num trecho do diálogo de Anna, a bordadeira mestre, do filme Colcha de Retalhos, ela diz assim: “Para fazer uma colcha de retalhos é preciso escolher as combinações com cuidado. Se escolher bem, realçará a obra... Se escolher mal, as cores vão parecer mortas e esconder a beleza. Não há regras a seguir... Tem que seguir o instinto a ser corajosa.”

No dicionário, o significado de Colcha de retalhos é: substantivo. Coberta de cama, trabalhada ou não, também usada para enfeitar janelas, sacadas e paredes. Colcha de retalhos, a que é feita pela união de pequenas partes de diferentes tecidos. Em sentido figurado, diz-se de algo composto de partes dispersas: suas opiniões eram verdadeiras colchas de retalhos.

No texto, Reflexão: Colcha de Retalhos de Inês Broshuis Lê-se assim:
Senhor, outro dia fiz uma colcha de retalhos. Todos os restinhos de pano que guardei iam servir. Ao pegar cada pedaço recordava-me de pessoas, acontecimentos... Como se cada um tivesse uma história para contar.
Fui costurar. Cores que, à primeira vista, não combinavam; padrões e desenhos totalmente diferentes! Tudo se juntou. A colcha ficou pronta. E como ficou linda!

E fico pensando: Tu criaste todos os seres diferentes. Ninguém é igual ao outro, de monotonia. E não são diferentes só fisicamente. Todos pensam diferentes, sentem diferentes, agem diferentes. Um completa o outro. Um apoia o outro.
Que maravilha é uma “colcha” de tantos seres diferentes, formando a humanidade” [...]  Todos juntos na procura da união e da fraternidade; cada um do seu modo forma a “Grande Colcha” de unidade na pluriformidade.

Assim são as Colcha de Retalhos: pedaços de Tecidos, de várias cores, desenhos, texturas. Além de pedaços de roupas velhas ainda aproveitáveis, retalhos de um vestido feito para o primeiro dia de escola, de uma saia, cuja altura foi arrumada, de uma calça ou de uma camisa especial que eram guardados para fazer colchas de retalhos cheias de lembranças pessoais. Esses pedaços, juntos, fazem a harmonia, a beleza e a utilidade da colcha. Lembram histórias diversas, vivenciadas, sentidas, experimentadas: de roupas, de pessoas e de fatos que, juntos, formam a história familiar ou até da própria região.
Cada um de nós tem a sua história e, unindo com a de outras pessoas, formam a história da comunidade.

Nesta breve lembrança, queremos trazer presente todas as vidas e todo o trabalho realizado por nossos antepassados que, de pedaço em pedaço, confeccionaram e construíram as colchas da vida; trazendo até nós o seu legado de preservação e valorização da cultura de um povo, para que o mesmo possa ficar registrado na memória afetiva. E este o nosso papel: preservar e valorizar nossa cultura, não estragando, não menosprezando, não tendo vergonha e nem escondendo ou jogando fora aqueles objetos e fatos que tem um valor histórico e que representam a vida – abençoada por Deus – de nossos antepassados e da própria comunidade.
Concluímos com um trecho do texto de Cora Coralina: Sou feita de retalhos:

“E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras gentes que vão se tornando parte da gente também. E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados... haverá sempre um retalho novo para adicionar [...] Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte de suas histórias. E, que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar um imenso bordado...” da vida.





















sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Mirim realiza a 161ª Festa do Divino

Devoção secular marca o início de uma das mais tradicionais festa religiosa do município de Imbituba, a Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana, em Mirim.

A abertura da 161ª Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana, de Mirim, será neste sábado (4), às 20h30min, com a tradicional procissão da Bandeira do Divino e a Corte Imperial, que sairá da residência do casal Enio e Izene de Oliveira, e da Imagen de Sant'Ana, que saíra da residência do casal Moacir e Eva Corrêa Pacheco, em seguida cortejo com destino à Igreja Sant’Ana de Mirim, acompanhada da Cantoria do Divino Espírito Santo, que retornou do peditório da Bandeira, nas residências do distrito.

Logo após, Santa Missa de abertura da Festa, na Noite da Cultura de Base Açoriana, que será celebrada pelo Padre Bantu Mendonça K. Sayla, da Paróquia de Cabeçudas, Laguna, SC. A animação da missa estará a cargo do Coral Unicanto, de Imbituba. Os paraninfos da missa/novena serão os Devotos do Divino Espírito Santo e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

De 04 a 12 de novembro, serão realizadas todas as noites, missas na Igreja Sant'Ana, que contarão com a participação de sacerdotes convidados e de grupos de diversas paróquias.


A História da Festa do Divino Espírito Santo

Embora seja marcada pelo viés religioso, com procissões, novenas e missas, a celebração do Divino Espírito Santo revela um forte caráter folclórico, com suas tradições e ampla participação popular.

A Festa do Divino Espírito Santo remonta à Antiguidade, quando os israelitas já cultuavam a divindade durante o dia de Pentecostes, que acontecia cinquenta dias após a Páscoa, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre a Virgem Maria e os Apóstolos de Cristo, sob forma de línguas como fogo.  Está ligada à época do fim das colheitas e à distribuição de alimentos.

 A adoração do Divino estendeu-se até a Europa, durante a Idade Média, até que na Alemanha encontrou boa recepção, transformando-se em festa. O objetivo era arrecadar fundos para amparar os necessitados da época.

Em Portugal a festa tem início no começo do século XIV, na Vila de Alenquer, próximo a cidade de Lisboa, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos, com distribuição de comida e esmola.  A tradição local fixou o ano de 1321 o inicio dos festejos por iniciativa da Rainha Santa Izabel, precursora do culto ao Espírito Santo.

A rainha teria prometido ao Divino Espírito Santo  peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da coroa, que é o símbolo do Divino Espírito Santo, arrecadando donativos em benefício da população pobre, caso o esposo, o rei D. Dinis, fizesse as pazes com seu filho legítimo, D. Afonso, herdeiro do trono.

Ela não se conformava com o confronto entre pai e filho legitimo, pois era desejo do rei que a coroa portuguesa passasse, após sua morte, para seu filho bastardo, Afonso Sanches.  Diante do conflito, a rainha Isabel passou a suplicar ao Divino Espírito Santo pela paz entre seu esposo e seu filho.  A interferência da rainha evitou um conflito armado, denominado a Peleja de Alvalade, que esteve prestes a travar-se entre as tropas de D. Dinis e as de D. Afonso IV, em 1323.

A luta entre pai e filho foi impedida pela intervenção da rainha, que montada na sua pequena mula, surge diante de lanças, escudos e setas, até parar em frente ao rei e ao filho, que exigiu que o filho honrasse o juramento que fizera ao pai, e exigiu ao rei que fosse pai e perdoasse ao filho. E desafiou os exércitos a avançarem naquele momento, com ela no meio. Todos se sentiam profundamente emocionados e ninguém se atreveu a avançar, estabelecendo finalmente um acordo para a paz duradoura.
E o povo, que já a admirava pelo sacrifício pessoal e pelas obras de misericórdia, passou a chamar-lhe a partir daquele dia de Rainha da Paz.

No Brasil, a Festa do Divino foi trazida pelos portugueses, no século XVI e  em Santa Catarina, acredita-se que tenha sido introduzida em meados do século XVII, com a vinda dos primeiros imigrante açorianos. 

Sant’Ana e São Joaquim

Segundo a tradição dos antepassados, Joaquim nasceu na Galileia e vivia do comércio de lãs e de carneiros.  Chegado o tempo de contrair matrimônio foi procurar uma esposa digna e virtuosa. Desposou Ana e após tantas amarguras e sofrimento, pois ambos eram estéreis, o Anjo lhes anunciou que a Virgem Mãe do Salvador havia de nascer deles.

Sant’Ana nasceu em Belém e  teve a honra de ser a mulher escolhida para Mãe de Nossa Senhora, a mãe de Jesus. Morreu aos 79 anos, foi sepultada em Jerusalém, junto de seu esposo, São Joaquim.

A festa litúrgica de Sant’Ana não é tão antiga, pois remonta ao ano de 1584, quando no dia 1º de maio, Gregório XIII, por inspiração do Espírito, ordenou que em toda a Igreja se celebrasse a Festa de Sant’Ana.

O Papa Gregório XV estando à beira da morte por doença incurável disse que se Santa Ana o curasse autorizaria celebrar a cada ano a Festa de 26 de julho como obrigatória em todo o mundo. O Papa restabeleceu-se e cumpriu a promessa. Toda a Europa foi enriquecida de majestosos santuários e altares de Santa Ana.

A devoção a Sant’Ana, no Brasil, obedece a uma tradição vinda de Portugal. A Igreja de Santa Ana é uma tradição de quase todas as velhas cidades brasileira.







sábado, 27 de julho de 2013

Mirim comemorou o dia da Padroeira com Missa


Com alegria o Distrito de Mirim comemorou neste dia 26, o dia da Sua Padroeira, Sant'Ana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo. Em homenagem à data, foi celebrada a Missa dos Avós, às 19h30min, na Igreja Sant'Ana de Mirim, pelo Padre Joel, da Catedral de Tubarão, e animação do Coral Nossa Senhora do Carmo, do Morro do Mirim.

Após a missa, os fiéis saíram em procissão com a Imagem Sant'Ana até a residência do casal Ivone e José Cândido Espíndola, onde foi rezada uma novena em honra a Sant'Ana.

domingo, 21 de julho de 2013

Curiosa Petição de 1834

Eis uma curiosa petição redigida em 1834, que consta nos arquivos do Instituto Histórico da Bahia, fato acontecido no Mirim, onde um morador alega que sua esposa levou uma umbigada de um sujeito "desaforado" de nome José Bento.
A cópia deste documento histórico estava guardada junto com documentos do saudoso Sr Jair Cardoso, antigo morador do Distrito de Mirim. 


“Ilmo. Snr. Juiz de Paz

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Corpus Christi

A comunidade do Mirim comemorou ontem (30), a data mais importante para os católicos, a celebração do Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. O dia de Corpus Cristi teve origem no século XXIII, no ano de 1243, em Liège, na Bélgica, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Jesus Cristo que apontava como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1° Café Cultural

A primeira edição do Café Cultural, aconteceu no último dia 21, das 14 às 19 horas, no Casarão Cultural, na Praça Sant’Ana de Mirim, promovido pela Sociedade Cultural da Freguesia de Mirim. 

O Casarão estava bem decorado, agradável e convidativo para saborear um delicioso café com seus ingredientes, fez que um público diversificado prestigiasse o evento comparecendo no local, alegrando a tarde de domingo e tornando o Cafe Cultural um grande sucesso.