sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Mirim realiza a 161ª Festa do Divino

Devoção secular marca o início de uma das mais tradicionais festa religiosa do município de Imbituba, a Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana, em Mirim.

A abertura da 161ª Festa do Divino Espírito Santo e Sant’Ana, de Mirim, será neste sábado (4), às 20h30min, com a tradicional procissão da Bandeira do Divino e a Corte Imperial, que sairá da residência do casal Enio e Izene de Oliveira, e da Imagen de Sant'Ana, que saíra da residência do casal Moacir e Eva Corrêa Pacheco, em seguida cortejo com destino à Igreja Sant’Ana de Mirim, acompanhada da Cantoria do Divino Espírito Santo, que retornou do peditório da Bandeira, nas residências do distrito.

Logo após, Santa Missa de abertura da Festa, na Noite da Cultura de Base Açoriana, que será celebrada pelo Padre Bantu Mendonça K. Sayla, da Paróquia de Cabeçudas, Laguna, SC. A animação da missa estará a cargo do Coral Unicanto, de Imbituba. Os paraninfos da missa/novena serão os Devotos do Divino Espírito Santo e a Rede Feminina de Combate ao Câncer.

De 04 a 12 de novembro, serão realizadas todas as noites, missas na Igreja Sant'Ana, que contarão com a participação de sacerdotes convidados e de grupos de diversas paróquias.


A História da Festa do Divino Espírito Santo

Embora seja marcada pelo viés religioso, com procissões, novenas e missas, a celebração do Divino Espírito Santo revela um forte caráter folclórico, com suas tradições e ampla participação popular.

A Festa do Divino Espírito Santo remonta à Antiguidade, quando os israelitas já cultuavam a divindade durante o dia de Pentecostes, que acontecia cinquenta dias após a Páscoa, quando o Espírito Santo desceu do céu sobre a Virgem Maria e os Apóstolos de Cristo, sob forma de línguas como fogo.  Está ligada à época do fim das colheitas e à distribuição de alimentos.

 A adoração do Divino estendeu-se até a Europa, durante a Idade Média, até que na Alemanha encontrou boa recepção, transformando-se em festa. O objetivo era arrecadar fundos para amparar os necessitados da época.

Em Portugal a festa tem início no começo do século XIV, na Vila de Alenquer, próximo a cidade de Lisboa, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos, com distribuição de comida e esmola.  A tradição local fixou o ano de 1321 o inicio dos festejos por iniciativa da Rainha Santa Izabel, precursora do culto ao Espírito Santo.

A rainha teria prometido ao Divino Espírito Santo  peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da coroa, que é o símbolo do Divino Espírito Santo, arrecadando donativos em benefício da população pobre, caso o esposo, o rei D. Dinis, fizesse as pazes com seu filho legítimo, D. Afonso, herdeiro do trono.

Ela não se conformava com o confronto entre pai e filho legitimo, pois era desejo do rei que a coroa portuguesa passasse, após sua morte, para seu filho bastardo, Afonso Sanches.  Diante do conflito, a rainha Isabel passou a suplicar ao Divino Espírito Santo pela paz entre seu esposo e seu filho.  A interferência da rainha evitou um conflito armado, denominado a Peleja de Alvalade, que esteve prestes a travar-se entre as tropas de D. Dinis e as de D. Afonso IV, em 1323.

A luta entre pai e filho foi impedida pela intervenção da rainha, que montada na sua pequena mula, surge diante de lanças, escudos e setas, até parar em frente ao rei e ao filho, que exigiu que o filho honrasse o juramento que fizera ao pai, e exigiu ao rei que fosse pai e perdoasse ao filho. E desafiou os exércitos a avançarem naquele momento, com ela no meio. Todos se sentiam profundamente emocionados e ninguém se atreveu a avançar, estabelecendo finalmente um acordo para a paz duradoura.
E o povo, que já a admirava pelo sacrifício pessoal e pelas obras de misericórdia, passou a chamar-lhe a partir daquele dia de Rainha da Paz.

No Brasil, a Festa do Divino foi trazida pelos portugueses, no século XVI e  em Santa Catarina, acredita-se que tenha sido introduzida em meados do século XVII, com a vinda dos primeiros imigrante açorianos. 

Sant’Ana e São Joaquim

Segundo a tradição dos antepassados, Joaquim nasceu na Galileia e vivia do comércio de lãs e de carneiros.  Chegado o tempo de contrair matrimônio foi procurar uma esposa digna e virtuosa. Desposou Ana e após tantas amarguras e sofrimento, pois ambos eram estéreis, o Anjo lhes anunciou que a Virgem Mãe do Salvador havia de nascer deles.

Sant’Ana nasceu em Belém e  teve a honra de ser a mulher escolhida para Mãe de Nossa Senhora, a mãe de Jesus. Morreu aos 79 anos, foi sepultada em Jerusalém, junto de seu esposo, São Joaquim.

A festa litúrgica de Sant’Ana não é tão antiga, pois remonta ao ano de 1584, quando no dia 1º de maio, Gregório XIII, por inspiração do Espírito, ordenou que em toda a Igreja se celebrasse a Festa de Sant’Ana.

O Papa Gregório XV estando à beira da morte por doença incurável disse que se Santa Ana o curasse autorizaria celebrar a cada ano a Festa de 26 de julho como obrigatória em todo o mundo. O Papa restabeleceu-se e cumpriu a promessa. Toda a Europa foi enriquecida de majestosos santuários e altares de Santa Ana.

A devoção a Sant’Ana, no Brasil, obedece a uma tradição vinda de Portugal. A Igreja de Santa Ana é uma tradição de quase todas as velhas cidades brasileira.







Um comentário:

  1. Festa tradicional do Mirim. Todos os anos eu prestigio está tradição que o Mirim ainda cultiva. A festa mudou muito com o passar dos anos, mas espero que a população do distrito não deixe acabar o que é bonito. As roupas, os fogos são atrações muito bonitas. Parabéns aos festeiros que se dedicam com muito amor e carinho, durante todo o ano, para que nós visitantes possamos desfrutar desta maravilhosa festa. Não podia também deixar de elogiar a comida saborosa que servem no dia da festa.

    Silvana

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